Publicado por Pedro Magalhães
Ganem
Decisão de ontem
da Justiça Federal do DF deu prazo de dez dias para a Agência de Vigilância
Sanitária, que regula os medicamentos no país, retirar o THC da lista negra das
substâncias proibidas. Isso já foi feito com o Canabidiol (CBD), em janeiro de
2015, por iniciativa da própria Anvisa. Mas o THC, princípio ativo responsável
pelo barato da maconha, continua banido.
A outra novidade é
que, segundo a sentença, estão autorizadas a prescrição e a importação de Cannabis
sativa L. “Agora, um médico pode prescrever a planta in natura“,
diz Emílio Figueiredo, consultor jurídico do Growroom, associação que defende o
cultivo para uso pessoal.
A decisão é uma
tutela antecipada: ou seja, o juiz ainda não proferiu sua decisão final sobre
todos os pontos da ação. Mas antecipou a decisão sobre pontos que considera
urgentes. Que são:
·
Reclassificar o THC. “Transferir, em dez dias, o
THC da lista F2 do anexo da lei de drogas, que contém as substâncias
psicoativas banidas, para uma lista de substâncias sujeitas à notificação de
receita” – ou seja, ele passa a ser autorizado mediante prescrição médica.
·
Mudar, em dez dias, a portaria 344/98 para
“permitir, por ora, a importação, exclusivamente para fins medicinais, de
medicamentos e produtos que possuam como princípios ativos os componentes THC
(TETRAHIDROCANNABINOL) e CDB (CANNABIDIOL), mediante apresentação de prescrição
médica e assinatura de termo de esclarecimento e responsabilidade pelo
paciente”.
·
Permitir a pesquisa e a prescrição “da Cannabis
sativa L. E de quaisquer outras espécies ou variedades de cannabis, bem como
dos produtos obtidos a partir destas plantas, desde que haja prévia notificação
à ANVISA e ao Ministério da Saúde”.
A ação do MPF
também pediu a autorização de importação de sementes e do cultivo pessoal para
uso medicinal. Essas demandas estão entre as que ainda não foram julgadas pelo
juiz Marcelo Rebello, da 16a Vara de Justiça Federal do DF.
Consultada, a
Anvisa disse por meio de sua assessoria de imprensa que ainda não sabe se vai
recorrer. “Não sabemos ainda. A Diretoria vai avaliar os efeitos da decisão e
possíveis ações da Anvisa. Não temos uma resposta, até porque na verdade ainda
não fomos sequer notificados, embora tenhamos acesso à decisão na internet.”
Em janeiro, quando a Anvisa reclassificou o CBD, o
então presidente da Anvisa Jaime Oliveira disse a este blog que sem duvida nenhuma, a situação do THC tem que ser explorada e analisada.
Fonte: SuperInteressante
Fonte: SuperInteressante
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