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sábado, 18 de novembro de 2017

BRASIL – DA PROCLAMAÇÃO À PROFANAÇÃO DA REPÚBLICA - 15 DE NOVEMBRO DE 2017

O Brasil tinha uma população de pouco mais de 15 milhões de habitantes quando a república foi proclamada.
Nascia, naquele momento, a República dos Estados Unidos do Brasil, um nome que mesmo sem a menor originalidade, passou a nos definir como uma nação republicana, pondo um verdadeiro ponto final no nosso vínculo com a monarquia e com Portugal. Apesar de ter tido diversos idealistas, o golpe que depôs Pedro II e resultou na proclamação da república aconteceu por motivos muito menos idealistas do que se imagina, apesar de haverem muitos idealistas por trás dela. E o fato curioso desse episódio está exatamente no seu protagonista, o Marechal Deodoro da Fonseca. Deodoro era monarquista. E até a manhã do dia 15 de novembro de 1889 ele só aceitava um golpe de derrubasse o governo do Visconde de Ouro Preto, presidente do conselho de ministros, o que foi feito. Daí, então, a tropas voltariam para os quartéis. Aconteceu, então, que Pedro II decidiu formar um novo governo, e nomeou como novo presidente do conselho de ministros o político gaúcho Silveira Martins, que tinha sido rival de Deodoro pelo amor de uma rica viúva gaúcha. E isso motivou Deodoro a destituir o Imperador. Proclamada a República, formou-se o governo provisório com Deodoro na presidência e Floriano Peixoto de vice. Na mesma noite a família real foi exilada para Portugal, e assim começou a nossa história republicana. Não poderia dar muito certo, não é mesmo? Foram 37 presidentes que se alternaram no poder através de nomeações, aclamações, golpes e eleições, e que dirigiram o país sob regimes presidencialistas, parlamentaristas, militares e ditatoriais, e que mudaram 7 vezes a nossa constituição. Passados 128 anos, o Brasil tem uma população de quase 200 milhões, que nos últimos 32 anos tem sido vergonhosamente roubada de todas as maneiras possíveis e inimagináveis. São verdadeiras quadrilhas roubando todas as empresas públicas possíveis, desviando verbas do maior ao menor município da federação, e desprezando as leis de todas as maneiras. São bilhões de reais que deixaram de ser investidos no bem comum para servir a poucos, relegando o povo e o país ao atraso, ao subdesenvolvimento, à mediocridade e a falta de esperança. Voltamos no tempo. Curiosamente, os 128 anos e 7 constituições que nos separam do longínquo 15 de novembro de 1889 nos levaram a uma situação quase igual. Temos uma casta política que se equivale aos Barões, Condes e Viscondes que gozavam dos privilégios da monarquia, e que, como tal, se acha intocável e acima das leis. A diferença é que hoje, não existe exército nem “Deodoros” dispostos a montar em cavalos para derrubar regime ou governo, muito menos motivados por desilusão amorosa. O que temos é uma casta de políticos corruptos que, muito provavelmente, não faz ideia do que pensavam Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Rui Barbosa, Campos Sales, Aristides Lobo e Demétrio Ribeiro quando idealizaram a nossa república e fizeram a constituição de 1891. Nossa república foi profanada. É chegada a hora de se proclamar alguma coisa diferente. http://nopontodofato.com/politica/2017-da-proclamacao-profanacao-da-republica/